Pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCRP/USP) participam de sistema que pretende reunir informações clínicas de mais de 1,6 milhão de pacientes atendidos pelos hospitais estaduais em São Paulo. O objetivo é de criar uma ferramenta que ajude a melhorar o diagnóstico de doenças.
O projeto mobiliza 25 pesquisadores brasileiros e estrangeiros. No Brasil, a pesquisa conta com especialistas da USP em Ribeirão Preto e São Carlos, da Universidade Federal de São Carlos, do Instituto do Coração e da Universidade Federal do ABC. A iniciativa pretende desenvolver um banco de dados a partir de técnicas de big data e análise de informações.
De acordo a coordenadora da pesquisa, Agma Traina, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, o sistema receberá dados dos pacientes cadastrados, como informações de identificação, exames solicitados, hipóteses diagnósticas, tratamentos efetuados, exames de imagem como tomografias computadorizadas, ressonância magnética e ultrassom.
Para a coordenadora dos estudos, as informações coletadas poderão apoiar a tomada de decisão pelos médicos na hora de escolher um tratamento que deve ser aplicado ao paciente, por exemplo.
“Imagine que um radiologista acaba de receber um exame de raio-X para avaliar. Nessa imagem, ele percebe que a anomalia aparente já foi vista anteriormente em outros exames, mas ele não se lembra qual a causa nem o tratamento dessa anomalia. Então, coloca a imagem da radiografia nesse banco de dados e o sistema faz uma busca pelas informações básicas, mostrando quais pacientes apresentaram a mesma doença”, explica Agma.
A especialista ainda explica que o banco de dados não será a única ferramenta para a tomada de decisão dos médicos, mas, sim, para comparação das informações disponibilizadas. Para o pesquisador Paulo Azevedo Marques, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), o projeto é desafiador, já que ele diz que é difícil transformar informações de cores encontradas nos exames, por exemplo.
“Por isso, nosso maior desafio é unir e identificar, nesse sistema, todos esses fatores que influenciam no diagnóstico”, explica Azevedo, que ainda diz que é preciso programar o computador para que ele possa identificar cada um dos fatores que utilizados pelos médicos para reconhecer características que determinam a presença de uma anomalia.
A expectativa dos pesquisadores é de que, além de facilitar o diagnóstico médico, a ferramenta acelere o tempo de consulta. De acordo com o ICMC, um protótipo do sistema deve estar disponível em até dois anos.
Fonte:https://www.revide.com.br/noticias/saude/pesquisadores-de-ribeirao-preto-participam-de-projeto-de-criacao-de-banco-da-saude-/